domingo, 2 de julho de 2017

PALAVRAS DOBRADAS


Dobraram-se as palavras
E juntas constroem um barco de papel,
E, um cata-vento...

Em um espaço surreal
Estão as palavras que cortam,
Ferem,  decepcionam e queimam
Lembram lâminas afiadas...
As palavras podem ser roubadas,
Mas, emoção de quem as escreveu,
Nunca, copiadas...

Desdobram-se as palavras
Que velozes superam o vento,
Movem as folhas secas,
E, apagam a chama da vela,
Quando se despede a Vida...

Há palavras de amor
Que tecem sonhos e imagens
E assim os olhares cintilam...
A palavra saudade conchega-se,
Devagarzinho ao espelho
E estilhaça em uma implosão
A ausência e solidão...
Em gotas de tintas as palavras passeiam,
De mãos dadas com a inocência
E pincelam nuvens de algodão doce,
Um sol azul e uma borboletinha de cristal,
Quase, transparente
E assim,  as gotinhas coloridas,
Desenham um sorriso no olhar da criança...
Enquanto os ponteiros
Do antigo relógio não param
As horas se embalam,
Entrelaçando as palavras,
Construindo pontes de pétalas
Ao som daquele sino de vento,
Que guardei para você, meu amor...
E, enfim as palavras dobradas,
Desdobram-se em mais um fim de tarde...
Vanice Zimerman, IWA
 02/07/2017

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