sábado, 30 de novembro de 2019

Haicai 1192


tênues flores
esmaecem em rendas -
bouganvillea...
 
Vanice Zimerman IWA
  em 28/11/2019

Máquina de escrever


 
As letras
E pontuações anoitecem
Nas teclas em degraus
Da máquina de escrever...
Os últimos traços
Do pôr do sol rabiscam
O vidro
Da janela entreaberta,
E o aroma de café em grãos
Permanece no bolso
Da tua camisa azul
Que abraço, beijando
Tuas lembranças
Com gosto do Amor
Contido em cada:
"Teamoamoamo..."
Que intensamente
Escutei e senti
Em meu corpo e alma -
Inebriante e mística
Nossa  sintonia
Sem ponto final

Vanice Zimerman IWA
30/11/2019
 
Imagem: Vanice Zimerman (2019)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Castelo de Poesias - Vanice Zimerman (VideoPoesia IdeiArt)


Castelo de Poesias - Vanice Zimerman (VideoPoesia IdeiArt)




Agradecemos as vizualizações!



CASTELO DE POESIAS, de Vanice Zimerman. Há um encanto Na solidão noturna, repleta Da ausência de teus passos, Do aconchego dos teus abraços… Há um encanto No chá que esfria na xícara, Na lágrima que ensaia mover-se E alonga-se, tentando acariciar meu rosto, Enquanto aguardo tua volta… Há um mistério em nossa despedida, Uma vontade de ficar… Mas, as palavras dispersaram-se Em ventos coloridos de um arco-íris, Semeando letras, reticências… Um pouco do teu olhar E da essência do teu beijo ficou em mim E uma saudade intensa desse amor Que vive solitário em um castelo de poesias… (Curitiba-PR,15/01/2016)

***
Autora: Vanice Zimerman (Curitiba, Paraná, Brasil) Editores: Antonio Rodrigues & Wilciene Santos


"POESIA LÍRICA
Poucos leitores de poesia sabem que existem dois tipos de lirismo. O confessional, em que o ser lírico confessa ao outro os seus sentimentos, e o passional, em que ele dialoga consigo mesmo. Castelo de poesias é um exemplo de lirismo confessional. O ser lírico dialoga com o outro, expressando sentimentos profundos que unem dois seres. Para isso, usa uma linguagem poética, como requerem os ditames do sublime, para encantar a si e ao leitor com o belo que só a arte produz. Linguagem imagética, que possibilita dizer o indizível, como se verifica desde os três primeiros versos, em que a solidão é repleta da ausência dos passos da amada. As imagens, na sequência do poema, vão se acumulando, até o último verso, em que a plurissignificação se instala, à medida que o ser do outro se duplica, tornando-se a amada e a poesia, ou a amada poesia. Esse jogo magistral possibilita, inclusive, que o ser dialogue consigo mesmo, à proporção que o outro pode ser ele mesmo, encantando pela arte do poético."
Prof. Dr. José Fernandes (Professor aposentado da UFG) - Goiânia (GO) / (Crítica publicada no Correio de Uberlândia, em 08 de Setembro de 2018).