sábado, 27 de abril de 2019

Haicai 1086


cintila a teia
entre as flores de
lavanda-
orvalho lilás
Vanice Zimerman, IWA
 27/04/2019

Doce Semear


Sementes de lua
Germinam no solo da poesia
E, nas madrugadas
Desabrocham pétalas de lua
Com perfume de prata,
Enquanto, alados poemas:
Irrequietos pontinhos de luz-
Vagalumes
Breves e bem-vindas
Lanterninhas
"Polinizam" à noite...

Vanice Zimerman, IWA
27/04/2019

sábado, 20 de abril de 2019

O Piano



Entre os escombros
Obscuro silêncio
Poeira e teias -
O piano em tons de cinza renasce
Incandescente
Ao receber os toques das mãos
Desoladas mãos, mas que ainda
Encontram na música
Uma centelha de vida –
Lembranças e saudades
Tecidas em cada tecla...


 Vanice Zimerman, IWA

         *****

From "The Pianist": Chopin Nocturne C sharp minor (Arjen Seinen).


Amor Perfeito


Em tuas mãos encontro
O toque aveludado da poesia,
Lençol de seda -
Da rima  esculpida em nuvens,
Em fontes em noites de Lua-
Atemporal despertar do Amor,
Dos versos, tingindo  minh'alma
Num momento de ternura -
Êxtase
Quando, pela cintura, enlaça-me...
Vanice Zimerman, IWA
 19/04/2019

Aldravia 61


teu
beijo -
pólen
em
meu
corpo
Vanice Zimerman, IWA
 19/04/2019

Sensações


Beijo
Suavemente,
Tuas
Sementes
Sinto em meus lábios
Tua pulsação-
Sintonia...
Vanice Zimerman, IWA
 13/04/2019

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Johnmaker - Vida em Versos...

"Shodo" das joaninhas


A melhor hora?
Não sei;
Talvez, o melhor momento...
Tudo te aproxima de mim,
Vejo borboletas
imitando a revoada das andorinhas
no jardim,

É chegado o tempo,
em que se pintam  joaninhas,
com um borrão preto pincelado,
em suas costas vermelhinhas.
Parecem pitangas,
Adoçando com lembrança o meu amor;
Onde voam ao vento
com  verdes asas  de esperança.
Johnmaker 

******

QUANDO ELE NASCE


Quando ele nasce, causa estupor.
A própria brisa
Cresce e se eterniza,
Sopra e envelhece ao seu sabor...
Os olhos carmesins da alvorada
Despedem-se dos sonhos de sua amada,
E com uma risada,
Um furor de alegria,
Uma doce lufada de ar,
Entonam a cantiga morna,
que, do peito, entorna uma sinfonia,
Na sucessão de mais um dia;
Enquanto o papel canson
Guarda cada aguada,
Para rimar a poesia,
Na pincelada,
Feita da inspiração delicada que te sente.
Por dentro do meu mundo,
És a oração de fé,
 O rogar mais fecundo
do meu amor.
E eu te amo tanto,
Que os meus dedos de acalanto
Poetizam
e nos seus cabelos como versos deslizam,
Suavizam-se e se perdem,
Perdem-se e se suavizam...
João Ribeiro (Johnmaker)
Entrevista:

https://comoeuescrevo.com/joao-ribeiro/

Lábios de Outono


Encontro na cumplicidade
Dos teus lábios
A docilidade
Em tom sobre tom
Carícias-
Do teu corpo sobre o meu
A desaguar nas tramas azuis
Do meu cachecol
A assim permanecemos
Envoltos em versos
Em gotas de tintas-
Lábios de Outono...

Vanice Zimerman, IWA
15/04/2019