quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Haicai & Haibun


 Haicai & Haibun

          https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=56890&categoria=T

Cerejas no fim de tarde

As tulipas vermelhas permanecem
Num encantado desabrochar
Nas telas de Monet -
Vasos e moinhos de vento...

Cores em distantes pinceladas
Inspiram meu fim de tarde,
Admiro
As cerejas doces e envolvidas
No licor de Marrasquino
Ainda, na taça de cristal
Insinuam-se em reflexos -
Fazem-me companhia
E nessa despedida do dia
Em cores lindas num, quase, silêncio
A noite chega devagarzinho,

E o adocicado aroma
Das cerejas, aos poucos
Desaparece entre meus lábios –
Nessas sensações de aconchego
Sinto tua presença
Um presente da chuva
Que começa a cair...



Vanice Zimerman IWA
  12/12/2019

Desabotoa minha solidão..


A maciez dos teus lábios
Chove em mim -
Desabotoa minha solidão
Num Imenso
Mar de Amor & Saudade -
Flutuo em tua lágrima
Que desliza,
Acariciando meu rosto e seio...

Chove em mim
Meu Amor -
Em gotas texturizadas
Com tuas impressões digitais,
Diluindo
A paisagem vitrificada
Na janela,
Em mais um lento pôr do sol -

Meu Amor deságua em mim...

Vanice Zimerman IWA
13/12/2019

Encanto Noturno (Crônica)


Durante o dia aquele lugar não tinha nada de especial, era apenas um beco, igual a muitos outros; algumas caixas de papelão vazias, latas de cervejas e refrigerantes amassadas, vassouras velhas, e sobras de materiais de construção... Que se acumulavam nas paredes antigas, cobertas e recobertas de camadas de tintas... Mas, à noite algo acontecia, como por encanto, quando a lua surgia o som de um violino, aos poucos envolvia o local, as notas musicais deixavam-no bonito, seguro, iluminando o beco, um beco sem saída, sem esperança de dias melhores.
E assim,  esperava a despedida do dia, e a companhia da noite e do violino, magicamente tocado pelo misterioso músico, e da presença, de uma chuva fina,  que começa a cair, feito cintilantes gotas de poesias...

By Vanice Zimerman (10 de outubro de 2013 - BVIW)
Tema:Beco

FELIZ NATAL! Um vento de Natal


Anoitece...
A janela entreaberta
Recebe a visita
De um Vento de Natal,
Repleto de bolas coloridas
Estrelinhas e sorrisos
E, o curioso Vento
Encontra a árvore de galhos secos
Na sala da casa,
Ainda sem os enfeites -
Aos poucos,
Cores e brilho pincelam
Os antigos galhos,
Como se fossem
Infinitos caminhos de luz
Emoldurados de Paz e sorrisos –
E assim, a centelha
De Amor permanece viva
E iluminará outras casas e corações...


Vanice Zimerman

***

Haicai

pausa o tempo
no álbum de fotografias -
é sempre Natal

Vanice Zimerman IWA


AVIPAF (Cadeira 16 - Mario Quintana)

 ***
Poemas com imagem:


https://www.bonde.com.br/blogs/falando-de-literatura/poemas-de-natal-por-vanice-zimerman-509701.html

Lenço de areia


Em um mar de areia
Repleto de grãos de espelhos,
Desértica paisagem
Assim amanhece
Em metáforas - a miragem,
Enquanto em meu olhar
Pousam memórias,
Sinto a cortina de areia
A embaçar a visão...

O látego em fios de cristal
Queima - cintila
E, aos poucos, corta
Tingindo de magenta
A pele de porcelana -
Arabesco silencioso
A desenhar o Renascimento...

O lenço de areia rosa
Envolve meus cabelos
Protege-me deixa-me forte
E ao mesmo tempo: frágil,
Desnudando da essência
Às dores -
Para depois envolvê-la
Com as cores dos Sete Véus,
Que em companhia dos sonhos
Fazem- me voar para bem longe
Respirar os tons de azul
Do céu, contido, em seu reflexo no lago,
Sinto em cada toque da brisa
Uma Saudade delineada
Ao som de encantados sinos de vento...
Vanice Zimerman IWA - 21/12/2019

sábado, 7 de dezembro de 2019

O passeio da Joaninha



Tarde de Primavera -
Tranquila sobre a mesa
Em um  prato branco
A Joaninha passeia,
O olhar
Do menino Davizinho brilha,
Enquanto ele a observa
E sorri,
pedindo para  a avó fotografá-la,
Depois com cuidado
Leva a simpática  Joaninha
Para o jardim
E a deixa em uma folha
Da laranjeira,
E assim ela continua
Sossegada o seu passeio...


Vanice Zimerman, IWA
    06/12/2019


***

sábado, 30 de novembro de 2019

Haicai 1192


tênues flores
esmaecem em rendas -
bouganvillea...
 
Vanice Zimerman IWA
  em 28/11/2019

Máquina de escrever


 
As letras
E pontuações anoitecem
Nas teclas em degraus
Da máquina de escrever...
Os últimos traços
Do pôr do sol rabiscam
O vidro
Da janela entreaberta,
E o aroma de café em grãos
Permanece no bolso
Da tua camisa azul
Que abraço, beijando
Tuas lembranças
Com gosto do Amor
Contido em cada:
"Teamoamoamo..."
Que intensamente
Escutei e senti
Em meu corpo e alma -
Inebriante e mística
Nossa  sintonia
Sem ponto final

Vanice Zimerman IWA
30/11/2019
 
Imagem: Vanice Zimerman (2019)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Castelo de Poesias - Vanice Zimerman (VideoPoesia IdeiArt)


Castelo de Poesias - Vanice Zimerman (VideoPoesia IdeiArt)




Agradecemos as vizualizações!



CASTELO DE POESIAS, de Vanice Zimerman. Há um encanto Na solidão noturna, repleta Da ausência de teus passos, Do aconchego dos teus abraços… Há um encanto No chá que esfria na xícara, Na lágrima que ensaia mover-se E alonga-se, tentando acariciar meu rosto, Enquanto aguardo tua volta… Há um mistério em nossa despedida, Uma vontade de ficar… Mas, as palavras dispersaram-se Em ventos coloridos de um arco-íris, Semeando letras, reticências… Um pouco do teu olhar E da essência do teu beijo ficou em mim E uma saudade intensa desse amor Que vive solitário em um castelo de poesias… (Curitiba-PR,15/01/2016)

***
Autora: Vanice Zimerman (Curitiba, Paraná, Brasil) Editores: Antonio Rodrigues & Wilciene Santos


"POESIA LÍRICA
Poucos leitores de poesia sabem que existem dois tipos de lirismo. O confessional, em que o ser lírico confessa ao outro os seus sentimentos, e o passional, em que ele dialoga consigo mesmo. Castelo de poesias é um exemplo de lirismo confessional. O ser lírico dialoga com o outro, expressando sentimentos profundos que unem dois seres. Para isso, usa uma linguagem poética, como requerem os ditames do sublime, para encantar a si e ao leitor com o belo que só a arte produz. Linguagem imagética, que possibilita dizer o indizível, como se verifica desde os três primeiros versos, em que a solidão é repleta da ausência dos passos da amada. As imagens, na sequência do poema, vão se acumulando, até o último verso, em que a plurissignificação se instala, à medida que o ser do outro se duplica, tornando-se a amada e a poesia, ou a amada poesia. Esse jogo magistral possibilita, inclusive, que o ser dialogue consigo mesmo, à proporção que o outro pode ser ele mesmo, encantando pela arte do poético."
Prof. Dr. José Fernandes (Professor aposentado da UFG) - Goiânia (GO) / (Crítica publicada no Correio de Uberlândia, em 08 de Setembro de 2018).

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Às tardes vazias (poesia gravada)


Às Tardes vazias
Publicado por: johnmaker
Data: 05/08/2019

https://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/83890

Machado em gotas de carmim (BVIW) Crônica


Quando o tempo congela as letras elas ficam, melancólicas, sem saída... caladas futuras palavras imersas na transparência, de um labirinto - gaiola de vidro... Sinto a solidão que lhes invade, e impulsiva “Quero um machado pra quebrar o gelo!” E assim, derreter a prisão de cristal e o silêncio, fazendo com que as letras voltem à vida, e que possam se unir florescendo em palavras que voarão com asas mitológicas - ainda com gotas de cera.

“Quero um machado pra quebrar o gelo” que envolve os pensamentos frios aconchegados às noites de insônia... Ah! Essa sensação única de observar a afiada lâmina, cortando as bordas do relógio de parede e libertando os ponteiros de sua circular e eterna rotina - libertando-nos.

Que a imaginação junto com um vento de madeira e um raro metal possa forjar um machado que corte a dor pela raiz, mas não suas lembranças - suavizando a lágrima ao dividi-la em gotas que corajosas escorrem, texturizando com tons de carmim os lábios e os sonhos na pele.

Vanice Zimerman IWA
      23/10/2019

Nenhum De Nós - "Astronauta De Mármore"
 
 
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Cerimônia do Chá

       
Na fresta da janela
   Pousa a borboleta de vidro -
 Imóveis asas observam
    A Cerimônia do Chá;
    Pausados aromas
    E sabores
      Silenciam
      O fim de tarde -
     E assim a saudada
Num jogo de luz & sombra
  baila
  Na pele de porcelana...

 
       Vanice Zimerman, IWA
       10/10/2019
. Imagem: Vanice Zimerman, IWA (2016)

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Olhares e Janelas (Crônica)


Ao olhar a foto do botão de dália e da gota d'água, lembrei-me de um livro que estou lendo do Escritor e Jornalista Alberto Manguel, nascido em Buenos Aires: “Lendo imagens - Uma história de amor e ódio”. Numa das páginas, no início do livro, o autor refere-se às lembranças de quando estava com nove anos de idade e descreve com riqueza de detalhes, uma visita que fez ao pequeno ateliê de pintura de sua tia. Manguel fez com que eu imaginasse a cena e senti-se o aroma da tinta óleo, da terebintina e visualiza-se as telas que estavam guardadas, apoiadas umas nas outras...

E a narrativa prossegue contando em seguida, sobre a curiosidade e encanto do menino ao ver um livro com as fotos das telas de Van Gogh, entre elas, “Barcos de pesca na praia em Les Saintes-Maries-de-la-Mer”.  Segundo Manguel, “A praia multicolorida de Van Gogh vinha à tona com frequência na imaginação da minha infância”.

Quanto à foto,  ao observar com mais atenção o botão de dália e gota d’água, percebi o reflexo das janelas da casa, contido na gotinha, a curiosa imagem sugere uma breve pausa no tempo, como se as janelas fossem retratadas por segundo e depois desapareceriam junto com o pequeno espelho
d'água.

Às Leituras de imagens ou Narrativas de imagens são únicas no que se referem ao olhar de cada observador, dependendo da sua Leitura de mundo, de suas experiências e lembranças; seja esse olhar direcionado a uma tela de um pintor famoso, ou as imagens contidas na rua, ou em fotografias em revistas ou jornais, entre outros.



Vanice Zimerman, IWA
***
Foto que inspirou a crônica:
http://revistacazemek.blogspot.com/2016/10/van-zimerman-olhares-e-janelas-

Teus lábios



Na borda  da xícara
O calor dos teus lábios -
Ao som de Debussy...
 
Vanice Zimerman IWA
 
 
 Perfil:

Você chove em mim


A noite em gotas
Envolve o vidro da janela
Rabisca um letra,
Enquanto a saudade
Aquieta-se beijando,
Milimetricamente
Nossas lembranças;
Você chove em mim -
Meu Amor...

                                   
Vanice Zimerman, IWA
  06/10/2019

Vida & Morte


      Na finitude da Vida
        O Amor eterniza
           As carícias...

     Enquanto as Moiras
     Afiam suas tesouras.




    Vanice Zimerman, IWA

***
"As Moiras - na mitologia grega, eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos."

sábado, 14 de setembro de 2019

Cristais em Oração


Ao alcance das mãos
Cristais em Oração
Aconchega - se
Ao coração  -
A lembrança da rosa,
Perfume em gotas -
Japamala,
O Amor - uma Iniciação
Símbolo do infinito...
Vanice Zimerman IWA
14/09/2019

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A Meditação é um Oásis... (BVIW)


Na rotina de mais um fim de tarde, preparo meu quarto; acendo um incenso de jasmim, procuro ficar numa posição confortável e faço uma oração e ao som da flauta Celta, suavizo a respiração e aos poucos, a mente se aquieta e inicio a meditação, repleta de gratidão. O primeiro parágrafo desta crônica teve umas rimas naturais parece um poema... Eba!

Meditar ajuda a entender e resolver certos acontecimentos da vida, e com a prática constante as dores, TRISTEZAS e algumas dúvidas recebem uma luzinha que nos leva ter uma vida mais harmoniosa e resolver, de forma mais simples, os PROBLEMAS, que de uma maneira  ou de outra fazem parte da vida. A meditação é um oásis, diante do CAOS que diversas  vezes se manifesta em nosso interior,  à nossa volta e no mundo.

Quanto ao som da flauta Celta escuto durante o dia  ou à noite e amo sentir as notas musicais envolvendo-me, e acariciando minh'alma,  aliviando o desconforto causado pelas situações difíceis.


Vanice Zimerman, IWA
***
https://www.youtube.com/watch?v=ePz3QSfJiuc
CELTIC MUSIC - FLUTE (flauta celta)

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

I N T E R V A L O S


Admiro
O encantamento
Das breves pausas
Dos movimentos –

I N T E R V A L O S:
Entre o toque da mão
Ao girar
A maçaneta de porcelana;
Ah, o som da pausa
Entre a porta entreaberta
E o ranger da madeira...

Inebria-me esse momento
Em que página de um livro
É virada,
E o silêncio é quebrado
Pelas gotas d’águas,
Caindo da torneira

Amo esse i n t e r v a l o
Quando a xícara eleva-se do pires
E encosta-se a teus lábios
E... esse aroma do chá de morangos
Permanece em teu sorriso...
Mágica essa pausa entre
A cumplicidade de olhares,
A troca de beijos,
De abraços, dos eternos laços tecidos
Com amor e poesia...
Entre as batidas
Dos nossos corações-
Interlúdio.

Nos detalhes da vida
De cada ação
Há pausas que deságuam
Em versos, em telas -
Na beleza do pincel
Que se umedece
Ao fazer uma pausa na paleta.

Místico i n t e r v a l o
O incenso que se despe
Aos poucos, consumido -
Breve centelha...

Vanice Zimerman, IWA  - 12/08/2019

domingo, 11 de agosto de 2019

Às tardes vazias (poesia gravada)


às Tardes vazias
Publicado por: johnmaker
Data: 05/08/2019

https://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/83890

Olhos de Cronos


Gosto de caminhar descalça
No antigo piso de madeiras largas
E, aos poucos, sentir
A maciez dos passos
Ao tocar o tapete azul
E, sem pressa, observar
O instigante mistério
Da sala dos Relógios –

Nesse caminhar abstrato
Fico próxima
Ao delicado papel de parede,
Acariciando
Com as pontas dos dedos
As texturas
Das florzinhas
Em tons de lilás e cinza,
Enquanto, admiro -
Um a um
Os nove relógios pendurados
Parecendo ninhos,
Marcando diferentes horas:
Alguns ponteiros lembram
Braços abertos, outros
Unidos, feitos braços
E mãos em posição de prece
A indicar caminhos -
Sinto a presença do vento
Que chega em companhia
Do meu Leão de cristal
E juntos observamos
Os relógios –
Olhos de Cronos,
Enquanto somos observados
Pelo Tempo,
A dor contida
Refletida nos vidros dos relógios
E disfarçada em versos,
Distraída, se esquece de passar...
Vanice Zimerman IWA
09/08/2019

Um vestido para Lenora... (SemanaPoe)


    O poema: Um vestido para Lenora... faz parte da "SemanaPoe", organizada pela Academia Poética Brasileira.

Homenagem a Edgar Allan Poe e Lenora (Lenore)

Um vestido para Lenora...


Com agulhas de cristal
E linhas cintilantes -
Filigranas
Teci para minha amada
Um encantado vestido!

Emprestei às cores
Dos passeios que fazíamos
De mãos dadas
À beira do lago,
Quando os raios,
Ainda, tímidos do sol
Iluminavam teu olhar e sorriso.
E, das folhas e flores
Delicada geometria -
Breve colcha de retalhos,
Colhi os tons... as texturas
E perfumes -
Com carinho
E emoção teu longo e diáfano
Vestido, teci
Ah!Minha amada Lenora!
Quanta saudade...
Recebe em teu coração
E nos contornos de tua alma
Esse vestido ponto a ponto
Cerzido com poesia...
E entrelaçado
Com beijos doces e intensos...

E assim, nosso amor
Adormecido em vida
Desperta em sonhos...

Vanice Zimerman (APB)

***
Poemas e imagens em homenagem a Poe:

https://www.facebook.com/hashtag/semanapoe?source=feed_text&epa=HASHTAG
Academia Poética Brasileira:
https://www.facebook.com/academiapoetica/

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Laços de Amor & Saudade


Manhãs outonais-

Lembro-me 
Das tuas mãos,
Acariciando e,
Fazendo tranças
Em meus cabelos
E quando terminava
Teu beijo era
O laço que colocava...

À tardinha
Perto do lago
Com as folhas do plátano
E flores amarelas,
Mandalas desenhávamos -
Ao anoitecer
Com abraços me aquecia
E, quando as estrelas
O céu pincelavam
Ficávamos a admirá-las –
Encantadas lembranças
Enternecidas em carinhosas
Aquarelas que ainda permanecem,
Tonalizando com cores suaves
As janelas do meu olhar
E coração
Intensos e doces laços
Fitas de pétalas
Com aroma de rosa
Teceram e tecem
Nosso ninho
Repleto de amor e poesia...


Vanice Zimerman, IWA
26/07/2019

Imagem: Vanice Zimerman (2015)



Nas linhas dos teus lábios


Há um sublime êxtase
Quando sinto teus lábios
Acariciando os meus...
Mesmo, quando
A intensidade dos beijos
Nos invade –
E nos tornamos um
Unidos em olhar, corpo e alma
A inocência permanece
Nessa encantada sintonia –
De segundos, dias, anos...
Secular entrelaçar de linhas
Sensual geometria -
Ah... bem - vinda
Essa inocência,
Que transcende,
Renova-se a cada dia
Quando tuas mãos
Brincam de viajar
Em minhas secretas passagens;
Portais de Amor
Pincelados em cada detalhe -
Intimidade  que cintila
Enquanto,  minhas mãos brincam
De caminhar em teu rosto, peito,
Sentindo a pulsação
Do teu coração,
Do teu corpo
A espalhar tuas sementes em mim...
Vanice Zimerman IWA
 26/07/2019

À espera dos sinos de vento


No degrau da escada,
Esquecida a xícara de chá, silente
Aguarda os sons dos sinos de vento
E os aromas das nuvens
Que em tons de azuis, vermelhos e amarelos
Pincelam o fim de tarde;
Há nessa espera uma saudade tão intensa
A pousar o olhar em tuas fotografias
E, sentir o doce toque
Dos teus beijos brincando
De esconde - esconde
Em meu rosto e cabelos...
A branca xícara de porcelana
Emocionada despede-se
Do degrau,
Dos frisos prateados
Despe-se
Das pétalas de rosa
Impressas no pires
E, aos poucos, desaparece
E renasce em contornos... em tintas
Em vida -
Na tela de moldura dourada
Ouro - envelhecido,
Ao lado do teu porta- retratos...
Vanice Zimerman IWA
 em 22/07/2019

Sobre o Haicai


Haicai é um retrato
que germina e floresce
em três versos.

***
http://revistacazemek.blogspot.com/2015/10/van-zimerman-haicai-retrato-em-tres.html
Vanice Zimerman IWA
26/07/2019

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Haicai 1122 (Haiga)



tarde de julho -

inspiração lilás

    Manacá em flor...

Vanice Zimerman IWA 
em 18/07/2019

***
Agradeço a linda interação do Poeta Stelo Queiroga:


Manacá em julho
Vanice Zimerman vê
Uma flor haikai...

22/07/2019

Chave do tempo




Tarde de inverno,
Imóvel  no arame
Ele continua
O prendedor de roupas
Silencia-se
Sem a companhia
Do lençol ou da camisa branca...
Em sua geometria
Ostenta as marcas
Do sol, da chuva
E das noites frias...
A ferrugem
Com seus tons cobriu seu metal,
E a boa parte de sua madeira
Foi tingida com a passagem
Do pôr do sol e do amanhecer,
Prendendo com suas pontas
Lembranças de ontens –
Admirável sua resistência,
Quase, dobra-se à rotina
Das horas, dias e anos –
Mas, a essência permanece
Misteriosa
Chave do Tempo...

Vanice Zimerman, IWA
 em 22/07/2019

Imagem: Vanice Zimerman, IWA

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Neve em Curitiba - PR (17/07/1975)

     Tudo branquinho...


       Manhã de inverno -
   Os telhados, às arvores,
       Tudo branquinho...

 Na varanda,  eu e minhas irmãs
   fazíamos bonecos  de neve.


                 ***
Lembranças da neve em Curitiba-PR (Brasil)
           em 17/07/1975
      Vanice Zimerman, IWA
           17/07/2019

sábado, 6 de julho de 2019

Haicai 1116 - Homenagem à Frida Kahlo



Haicai 1116

                                        em seu ombro
                                          o aconchego da folha -
                                        lágrimas de tintas

                                                              Vanice Zimerman IWA
                                                                    ***
. Este haicai faz parte de uma tela, que pintei em homenagem à pintora mexicana Frida Kahlo(Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (Coyoacán, 6 de julho de 1907 a de julho de 1954).

. A tela foi doada ao Museu MUHFK (Museu Homenagem A Frida Kahlo)  Curitiba-PR  / Curadoria de Vera Itajaí.

. Parabéns a todos os artistas do Brasil e de outros países que estão fazendo as doações das Fridas!

Participe:
Informações:  https://www.facebook.com/MuseuMUHFK

. Tela: Acrílica/tela (2019)

Vanice Zimerman IWA
em 06/07/2019


quinta-feira, 4 de julho de 2019

Origami de palavras


Dobro as palavras
E nesse momento encantado
A imaginação constrói;
Um barco de papel
E, um cata-vento,
Enquanto,
O
pássaro azul pousa
Na flor de Lótus -
Dobradas palavras
Dobram e desdobram
A página em branco...
Vanice Zimerman, IWA
(04/07/2019)


"AS TRÊS MARGENS..." Homenagem a Guimarães Rosa

No bairro onde moro tem um rio, nos dias de chuva forte, o nível das
águas aumenta e a correnteza leva diversos objetos que estavam nas
margens: garrafas PET, brinquedos quebrados, sacolas plásticas, entre
outros.

Quando a chuva fica suave, gosto de observar as flores da linda e antiga
paineira, plantada bem próxima ao rio, flutuarem feito barcos de papel,
cor- de- rosa e frágeis, colorindo por um breve tempo suas águas escuras. Ao concentra-me no rio, penso em liberdade, viagens...
Lembro-me de um conto de Guimarães Rosa “A Terceira Margem do Rio”, em  que um homem de meia-idade deixa sua família e amigos para viver isolado em uma canoa no meio de um rio.


Na solidão das águas, ele busca encontrar-se, ou fugir de si mesmo? Seja qual for a resposta, o mistério permanece, o rio levou sonhos, vidas, e deixou saudades, inquietudes... Levou e leva ainda retratos, sons e emoções escritas no coração de cada pessoa, que o observa e deixa-se enfeitiçar por suas misteriosas, “três margens”: “Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.” Guimaraes Rosa


Vanice Zimerman (BVIWtecendoletras)

PET: Politereftalato de etileno

                                      ******
"Felicidade se acha é em horinhas de descuido" Guimarães Rosa


"João Guimarães Rosa (1908-1967) foi um escritor brasileiro. Foi também médico e diplomata. Sua principal obra, "Grandes Sertões Veredas", é considerada uma obra prima da literatura brasileira. Guimarães Rosa nasceu na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908."
Vanice Zimerman IWA
27/06/2019

Independência, 13 letras, 13 Colônias... (04/07/1776)

       No ano de 1776, em 4 de julho, as treze Colônias Britânicas; Maryland, Delaware, Virgínia, Geórgia, Nova York, Massachusetts, Nova Jérsei, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Pensilvânia, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut, fizeram a Declaração da Independência.

    Muitas transformações políticas, e sociais ocorreram nesses 233 anos de Independência, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, exercendo grande influência econômica, científica, tecnológica e cultural no mundo. Apresentando uma população multicultural que enriquece e amplia suas tradições. Quanto à Educação a taxa de Alfabetismo no país é de 97%.

    A influência cultural estadunidense pode ser observada, principalmente  na música, na televisão, no cinema, nas Artes, na moda, nos esportes e também na culinária. Na literatura podemos destacar o genial Edgar Allan Poe (1809-1849) escritor e poeta pioneiro da Literatura Americana, autor de “The Raven”. Um dos precursores do gênero de ficção científica e fantástica modernas: “Tudo o que vemos ou parecemos/ não passa de um sonho dentro de um sonho.”
   
     As contribuições dos Estados Unidos são importantes, entretanto, como qualquer nação têm em todos os segmentos da sociedade exemplos positivos e negativos. Faz-se necessário que cada país mantenha sua identidade cultural, respeite e divulgue suas tradições.

       Quanto às coincidências; os nomes Estados Unidos e do escritor Edgar Allan Poe, também possuem o mesmo número de letras, treze...
Vanice Zimerman
em 02/07/2009

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Tanka V


      as brumas em ondas
envolvem os
tons de verde -
         distante o sol...

  o sons dos sinos de vento
   silenciam a voz do poeta

  Vanice Zimerman, IWA
           26/06/2019


               

Dia 16 de junho, o "Bloomsday " em Dublin - James Joyce


No dia 16 de junho, comemora-se o Bloomsday - festa literária criada para celebrar o escritor irlandês James Joyce e Ulisses, sua obra inspirada na Odisseia, de Homero. A data do Bloomsday não foi escolhida por acaso. No livro, a vida do protagonista Leopold Bloom em Dublin, na Irlanda, é acompanhada por quase 18 horas ao longo de 16 de junho de 1904."


Vanice Zimerman IWA
 16/06/2017

Haicai 1110


tons de inverno-
de mansinho o amanhecer
inebria o olhar

Vanice Zimerman, IWA

 26/06/2019

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Passagens Secretas


À tardinha
Passeio em teus campos floridos
E no diáfano labirinto  -
Paredes de pergaminhos
Encontro
Tuas secretas passagens,
Brinco de esconde-esconde
Com teus beijos
Hum, teus lábios me encontram
E, sem pressa, permanecemos
Colhendo aromas,
De flores de jasmim,
Dos morangos adormecidos -
Velatura...
Permaneço, sem pressa,
Tingindo-me com as cores
Daquelas sementes lindas
Que de tuas mãos recebi,
Enquanto
As borboletinhas brancas
Pousam nas gotas de tintas
Do cavalete, deixado na varanda...
Vanice Zimerman, IWA
 13/06/2019

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Mergulho



O deslizar das tuas mãos
Em meu rosto desenha
Gotinhas d'água,
Aguada
Em meu corpo -
Mergulho
Com paixão nas cores,
Molhando meus cílios
Em tuas tintas -

Nuances de Amor...


Vanice Zimerman, IWA

Foto: Vanice Zimerman

quinta-feira, 23 de maio de 2019

SOU PÉTALA


No escuro,
Entre as páginas
De um antigo livro de poesias
Permaneço
Deixo-me envolver
Por letras, palavras
E, pontuações-
Sou pétala
De tulipa vermelha
Imóvel, repleta de silêncio
Mas, sentindo
A poesia em cada verso –
Movimento...
Vanice Zimerman, IWA
 22/05/2019

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Sem limites...



Quando a saudade é intensa,
O coração implode em versos -
Quando o amor é imenso
Pincela pétalas de Lua-

E, em chuva as pétalas se  transformam...

Sinto essa chuva molhar 
Cada detalhe do meu rosto, corpo e alma -
Umedecer meu autorretrato, 
Em tons de azul/ lilás 

E, no silenciar do teu piscar de olhos
E da chuva de pétalas -  essência da Lua,
Na tênue linha da vida equilibro-me -

Na ponta de cada estrela
Pincelaste um verso;

Te amoamoamo...

Imagem: Vanice Zimerman, IWA - Autorretrato

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https://www.youtube.com/watch?v=hh9WgYHRuhU
Djavan - Um Amor Puro (Ao Vivo)

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Na solidão do "casulo de vidro"





Ofusca-me a visão
Esses encontros com o espelho
A dualidade  entre o passado
E o presente, repleto de ausências, 
Dos traços  envoltos em brumas
O doloroso mergulho:
Quebrar o espelho 
Sem fragmentar a essência
Sentir na pele, a lâmina que corta
E recorta - cura -  
Desfalecer de dor
No silenciar da alma,
Na solidão do "casulo de vidro"
Buscando respostas
Na sequência de pétalas eternas-
“Flor da Vida”-
Aroma de bálsamo –
Aquietando meu coração.


Vanice Zimerman, IWA
10/05/2019

Imagem: Vanice Zimerman, IWA (Agosto /2016)