sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Azul... Flerte



sombra azul
o espaço beija o tempo - 
um flerte...

Vanice Zimerman

Dalí e os Moinhos de Vento... (BVIW)


Admiro a placidez e a beleza dos moinhos de vento, viajo em suas pás tecidas com ASAS de IMAGINAÇÃO e pitadas de realidade. Encanto-me com esse esperar constante das carícias do vento... contido nessa ENTREGA, presente  na dualidade: ser forte e frágil, sendo veloz e saber que a pausa faz parte do dia e da noite.  Moinhos de vento lembram “Dom Quixote de la Mancha”  e seu AMOR por Dulcineia - personagem fictícia. O ENREDO é envolvente e reflexivo (sátira, bom humor, ironia, loucura...).

Quanta a Dalí que faz parte do título dessa crônica, encontrei em minhas lembranças no Facebook uma ótima matéria sobre uns trabalhos de Salvador Dalí, raras pinturas e gravuras inspiradas no livro "Dom Quixote...", essa união das Artes é especial e gosto muito dessas interações. “A relação gráfica de Dalí com Cervantes iniciou-se em 1945, época em que o pintor estava vivendo em Nova Yorque, então o grande centro das vanguardas artísticas." As imagens (Surrealismo) são de uma profundidade poética (cores, traços...) linda e ao mesmo tempo instigante!

Ah, esses Moinhos de Vento pincelam sensações e novas descobertas e também inquietudes, lembram reticências no fim da frase, ventinhos que sopram sorrindo e movem as “pás” de bem - vindas inspirações...

Um vento de Quintana

            

            Na varanda
    Um vento de Quintana
   Poesia em movimento -
Passeia entre os lambrequins,
Enquanto, no canto, da janela
    Sinto o suave aroma
    De canela em ramas...

  Um vento de Quintana
            Encanta
    Brinca de desenhar
Círculos nas poças d'água...



Vanice Zimerman
AVIPAF (Cadeira 16 - Mario Quintana)


Imagem: Vanice Zimerman

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Azul & Rosa


O pôr do sol -
Semicírculo contido
Na gota d'água
Refletido
O céu em tons de rosa e azul
A um toque do meu dedo –
Fico imóvel feito,
Um berço de pétalas...

Vanice Zimerman, IWA
  12/02/2020

432 HZ & 528 HZ tons de cura ancestrais -  frequências de cura|

Caminhando com Joaninhas... (BVIW)


Em 2018, que escrevi um poema com o título: O Chinelo de dedo e o prego. Em alguns versos deixei fluir as lembranças de infância que observava em minha rua. É interessante a curiosidade que certas imagens despertam; um simples chinelo de dedo, que faz parte do dia a dia da maioria dos adultos e crianças inspirou-me esta crônica.

O primeiro modelo das Havaianas foi lançado - nesse ano - de dezembro de 1962. Ela foi criada seguindo o modelo japonês e fabricada no Brasil pelas Alpargatas. A propaganda tinha a participação de Chico Anysio. Não havia, na época, a variedade de cores e modelos que temos, já faz alguns anos à nossa disposição. Gosto de comprar chinelos de dedo com motivos florais ou com desenhos de gatos, mas recentemente comprei um  cor- de - rosa com lacinhos e alegres joaninhas. Quando viajo levo dois pares coloridos.

As propagandas antigas refletem a moda, os costumes e as necessidades  de determinado ano ou década. Enquanto, escrevo as joaninhas do chinelo fazem-me companhia.  Depois caminharei com elas e amo quando as encontro livres em meu jardim.

De manhã, conversei com um amigo sobre a beleza da vida que pode ser sentida em cenas comuns do dia a dia, e enquanto conversávamos um beija - flor visitou a floreira... Um breve arco - íris em tempo real. Cada ano e momento é especial.


  By Vanice Zimerman, IWA em 12/02/2020
 

***
O Chinelo de dedo e o prego:

Asas de giz


Pousa na janela entreaberta
Uma  borboleta com asas de giz,
Admiro a leveza
Do bater de suas asas,
Pulsante Solfejo...

Nessa troca de olhares
Percebo o desenho de um coração
Que as riscas de giz
Entrelaçadas formam -
Sou parte, de sua vida breve
Dessa promessa de voo
(seguiremos sem dores)
Ao encontro do céu azul...

Sou parte, de suas asas -
     Frágil mosaico
Tecido em detalhes
  Furta-cor
Nesse encantado
Caleidoscópio (Vida) Iluminado
Com suas anteninhas amarelas...


Vanice Zimerman IWA
  13/02/2020

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Doce Penumbra


Há no início do anoitecer
Um cântico que me inebria:
Doces sussurros das lembranças
Contidas nas paredes da sala,
Na maçaneta de porcelana
E, na madeira
Da antiga cadeira,
Tendo a companhia
Da fina camada de poeira
Em seu espaldar -
Frágil pátina...

Há no início do anoitecer
Um ritual silencioso
Das cordas do violão,
Aguardando tuas mãos...

Aos poucos, a noite chega
E aquele livro de poesia aberto,
Deixado próximo à tela inacabada
Enternecido adormece -
Enquanto, uma doce penumbra
Invade-me...

Vanice Zimerman IWA
      31/01/2020

NUDEZ


        As mãos do Tempo
     Despem - me das cores -
           Dobraduras...

   Vanice Zimerman IWA
         01/02/2020