quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Machado em gotas de carmim (BVIW) Crônica


Quando o tempo congela as letras elas ficam, melancólicas, sem saída... caladas futuras palavras imersas na transparência, de um labirinto - gaiola de vidro... Sinto a solidão que lhes invade, e impulsiva “Quero um machado pra quebrar o gelo!” E assim, derreter a prisão de cristal e o silêncio, fazendo com que as letras voltem à vida, e que possam se unir florescendo em palavras que voarão com asas mitológicas - ainda com gotas de cera.

“Quero um machado pra quebrar o gelo” que envolve os pensamentos frios aconchegados às noites de insônia... Ah! Essa sensação única de observar a afiada lâmina, cortando as bordas do relógio de parede e libertando os ponteiros de sua circular e eterna rotina - libertando-nos.

Que a imaginação junto com um vento de madeira e um raro metal possa forjar um machado que corte a dor pela raiz, mas não suas lembranças - suavizando a lágrima ao dividi-la em gotas que corajosas escorrem, texturizando com tons de carmim os lábios e os sonhos na pele.

Vanice Zimerman IWA
      23/10/2019

Nenhum De Nós - "Astronauta De Mármore"
 
 
 

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