terça-feira, 24 de julho de 2018

Limiar


Há no dilacerar das pedras
A dor
De  um caminhar solitário
Saudades da líbélula azul...

Há no dilacerar das pedras
A dor
A impossibilidade do toque,
Que me leva
A  sussurrar  teu nome
Nas noites insones,
Permaneço
Na  imobilidade dos objetos
Do vidro trincado do teu relógio,
Da tua ausência
Nos porta-retratos,
E, enfim
Dobro a  folha de papel
Na qual um poema de amor,
À tardinha,
Quase, pousou-

E, nesta fria e solitária noite
Ainda espero  o som
Dos sinos de vento,
Enquanto leio
Baudelaire...
Vanice Zimerman, IWA

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