quinta-feira, 19 de abril de 2018

Cubro-me com a atemporal colcha de retalhos...









Nas madrugadas
Frias e insones
Cubro-me com a atemporal
Colcha de retalhos com pétalas de Lua
Que tecemos juntos...

Nas madrugadas insones e frias,
Diante da fragilidade dos sonhos
Fragmentam-se os laços de vida
E as lágrimas cintilam,
Em poemas desfaço-me,
Numa  delicada, mas intensa
Desconstrução,
Enquanto, as gotas d’água
Num ritmo que elas escolhem
Acariciam o vidro trincado
Da janela...
Vejo passar a noite,
O aroma de incenso de jasmim
Faz-me companhia,
Não há uma imagem nítida,
Refletida no espelho,
Apenas, nuances de um rosto-
Em cada detalhe do quarto
Há traços dos desenhos
Rabiscados, durante o dia:
Do pássaro que deixou
Uma pena na janela,
Da folha do plátano
Que coloquei ao lado
Da escultura do gato branco
E, assim no lento passar da horas
A noite e eu, quase, adormecemos...
E quando, enfim, amanhece
Reconstruo o mosaico
Do  meu coração,  corpo  e alma
E a  lembrança  da tua voz
Do toque das tuas mãos, me  unifica
Unindo-nos com a magia do Amor...
Vanice Zimerman, IWA
19/04/2108
- Imagem: abril/ 2018


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