Quando ele nasce
Quando ele nasce, causa estupor.
A própria brisa
Cresce e se eterniza,
Sopra e envelhece ao seu sabor...
Os olhos carmesins da alvorada
Despedem-se dos sonhos de sua amada,
E com uma risada,
Um furor de alegria,
Uma doce lufada de ar,
Entonam a cantiga morna,
que, do peito, entorna uma sinfonia,
Na sucessão de mais um dia;
Enquanto o papel Canson
Guarda cada aguada,
Para rimar a poesia,
Na pincelada,
Feita da inspiração delicada que te sente.
Por dentro do meu mundo,
És a oração de fé,
O rogar mais fecundo
do meu amor.
E eu te amo tanto,
Que os meus dedos de acalanto
Poetizam
e nos seus cabelos como versos deslizam,
Suavizam-se e se perdem,
Perdem-se e se suavizam...
João Ribeiro (Johnmaker)
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Entrevista:https://comoeuescrevo.com/joao-ribeiro/
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Amor primeiro
Sou folha,
Uma pétala, um mar queimado,
De pele e amor bronzeado;
Assombro o teu dia,
E por ele sou assombrado,
Entortando a linha das ramagens onde escrevo,
Enquanto (sou) pena ressabiada perseguindo o tinteiro ,
Pelo simples tom do poema,
Sob o gosto, e o dilema de ser ou não ser teu...
(Como gostarias que fosse)
Amo-te, por inteiro,
E o meu amor,
(Amor primeiro)
Se faz de calor e saudade,
Dor que me reprime e assenta o coração
as margens da insanidade lisonjeira,
Quando ancora-me a alma - prisioneira –
com uma palavra passageira do ocaso,
No rumor carmim de tua boca,
Lembrando-me teus lábios,
E tuas asas,
Que dão a mim a plenitude da nossa liberdade...
João Ribeiro (Johnmaker)
05/02/2021
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